O fetólogo, que é o médico especialista nessa área, utilizando como instrumento de trabalho o ultrassom, acompanha as diferentes etapas da vida intra-uterina, monitorando e avaliando o desenvolvimento do feto desde as primeiras semanas até o nascimento, diagnosticando e acompanhando as patologias fetais, e nesse caso, fazendo o aconselhamento para os casais sobre a situação atual de seu filho e sobre as maneiras de aprimorarmos o diagnóstico através de outros exames mais específicos, como procedimentos invasivos (amniocentese e biópsia de vilo corial por exemplo) e testes genéticos não invasivos no sangue materno.
É realizada no primeiro trimestre da gestação, até 10 semanas (fase embrionária), para avaliação de idade gestacional, saco gestacional, batimentos cardíacos do embrião, e avaliações gerais importantes relacionadas ao primeiro trimestre da gestação (como a corionicidade no caso das gestações múltiplas, excluir a possibilidade de gestação ectópica (gestação fora do útero) e avaliar queixa de dor ou sangramento vaginal). É realizada de acordo com a necessidade de cada paciente e à critério de seu obstetra.
É realizada entre 11 e 13 semanas e 6 dias (ou mais precisamente quando o feto estiver medindo entre 45 mm e 84 mm de comprimento cabeça-nádega). Realizado por via transvaginal e abdominal, para avaliação de marcadores, como a translucência nucal, osso nasal e ducto venoso, para avaliar se o feto tem um risco alto ou baixo para ter alguma síndrome genética, como a síndrome de Down. Também tem o objetivo de avaliar precocemente de forma mais detalhada a anatomia fetal. O Doppler das artérias uterinas é realizado para rastreamento para pré-eclampsia no 1º trimestre (para identificar as gestantes que poderão vir a ter pré-eclâmpsia precoce e possibilitar o tratamento preventivo o que pode reduzir o risco da apresentação grave dessa doença pela metade).
É realizada entre 20 e 24 semanas (preferencialmente fazer com 22 semanas) para avaliação detalhada da morfologia fetal. Avalia a presença de malformações estruturais do feto que podem ser vistas por ultrassonografia em até 85% dos casos, mesmo considerando as limitações técnicas inerentes ao ultrassom. A medida do colo uterino é realizada por via transvaginal para auxiliar na identificação dos casos de maior risco de parto prematuro. O Doppler das artérias uterinas é realizado para rastrear as pacientes com maior risco de desenvolverem pré-eclâmpsia ou fetos muito pequenos, no decorrer da gestação.
É realizada por via abdominal a partir de 14 semanas até o final da gestação para avaliação do crescimento fetal (peso fetal), líquido amniótico, placenta e cordão umbilical, posição do feto no útero e o bem estar fetal. Realizado também para a confirmação do sexo do feto. É realizada de acordo com a necessidade de cada paciente e à critério de seu obstetra.
É realizada a partir de 26 semanas até o parto de acordo com a necessidade de cada paciente e à critério do seu obstetra. Consiste no estudo da circulação através da mensuração dos fluxos em alguns vasos importantes para a gestação: as artérias uterinas (compartimento materno), artérias umbilicais (compartimento placentário), artéria cerebral média e quando necessário o fluxo do ducto venoso (compartimento fetal). É realizada para avaliação da vitalidade fetal, pois permite diagnosticar precocemente sinais de sofrimento fetal por hipóxia, auxiliando o obstetra a tomar a conduta mais adequada para cada caso.
O exame de 3D e 4D é realizado em todas as pacientes, de cortesia no nosso serviço, em qualquer época gestacional, se o feto estiver em posição adequada para a realização do exame. O exame da anatomia fetal é realizado em 2D. O 3D é apenas uma complementação do exame. O recurso 3D gera imagens estáticas enquanto o recurso 4D faz um filme em tempo real. Pode-se observar mudanças faciais como mímicas, esboço de um sorriso, o abrir e fechar dos olhos, da boca e muitas outras imagens lindas. Este exame conta com a “colaboração” do bebê, pois se a face fetal estiver escondida pela sobreposição de braços, pernas e/ou cordão umbilical, ou pela posição do bebê (se a face do feto estiver voltada para as costas da mãe), ou ainda se tivermos pouco líquido amniótico próximo a face, ou paciente com fibrose por cirurgias prévias ou com tecido adiposo abundante, o exame se torna prejudicado e muitas vezes, nesses casos, não conseguimos obter nenhuma imagem em 3D ou 4D.
É importante ressaltar que, dependendo da idade gestacional, a imagem que iremos obter é diferente. Por exemplo, imagens em fases iniciais da gestação irão mostrar o corpo do feto inteiro, mas não conseguirão ver pequenos detalhes pois o bebê ainda é extremamente pequeno. Por volta de 20 semanas de gestação já é possível conseguir algumas imagens da face, entretanto elas ainda não são muito bonitas pois nesta fase o feto ainda tem pouco tecido gorduroso. As melhores imagens da face são obtidas entre 26 e 30 semanas de gestação, pois neste período o feto já tem uma boa quantidade de tecido gorduroso em baixo da pele e ainda tem bastante líquido amniótico (o que é extremamente necessário para formação de imagens nítidas). Após as 30 semanas podemos eventualmente obter imagens boas, entretanto isto torna-se mais difícil pois o espaço dentro do útero acaba tornando-se reduzido e o rosto fica a maior parte do tempo encoberto. Por isso orientamos que você planeje a realização do seu exame obstétrico de rotina entre 26 a 30 semanas de gestação para tentarmos uma melhor visualização da face fetal.